sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Não sou de forma alguma perfeita, mas já me cansei de aturar quem tem a mania que o é!

Eu cá tinha que escrever sobre isto, para que o assunto ficasse enterrado. Escrever sobre determinados assuntos, ajuda a resolvê-los em nós. Desculpem a história tão sem sentido, mas tinha de ser.

Tenho ou tinha, (nem sei bem que tempo verbal aplicar, pois acho que já não tenho grande vontade de a considerar como amiga), uma amiga, que durante muito tempo, me foi ajudando e apoiando. A tudo isto estou e sempre lhe estive muito grata e reconhecida. Também eu a apoiei, ajudei e aturei. Sim, aturei. Acho que é também isso que os verdadeiros amigos fazem, para além de que ela é intransigente e casmurra, pelo que muitas vezes foi, se-aturei. Acredito que pense o mesmo em relação a mim. Não duvido, mas isso é uma coisa que só ela poderá dizer. Eu, digo o que sinto, senti, soube e sei. 
Aturei muito. Cheguei a aturar estar na minha caminha e ir abrir-lhe a porta lá pela uma da manhã, só para a receber, já meia entornada e com um discurso difícil de perceber e sem fio condutor. Mas fiz. E fiz com o carinho que sempre fazia em toda e qualquer altura. E conforme fiz esta vez, fiz tantas e tantas outras vezes. 
A determinada altura, os nosso, meus, eu considero, meus, amigos, começaram a tentar abrir-me os olhos, dizendo-me que eu não tenho que passar o resto da minha vida a quase subjugar-me e grata pelo que ela fez por mim. Mas ela, de alguma maneira, cobrava sempre. A mim, eram raras as vezes em que o dizia directamente, mas acabava por o comentar a terceiros. Afinal, e aos olhos de todos, menos aos dela, ela fez, eu fiz, e quem o dá e faz de coração, não espera cobranças. 

Mas com esta "minha amiga" não é assim.
Ela cobra-me a mim muitíssimo mais do que a qualquer outro amigo. Eu ando já um bocado farta da situação. É, também, uma pessoa de tal forma negativa, que me sentia por vezes mal, na sua presença. A seguir, tinha quase como que me libertar das energias. Mas recebia-a, como sempre, pois achava que precisava de mim. Honestamente, acho uma pessoa sozinha.
A determinada altura da vida, teve um namorado do qual só dizia mal, contava histórias que eu nem queria saber. Era tudo mau. Tentando pensar... não me recordo de nada que me tenha dito e me tenha ficado na ideia, que tenha sido bom!
Terminou a relação e as palavras de raiva e de ressabiamento, eram mais que muitas. Foi o melhor da sua vida, foi terminar com determinada pessoa, mas sem nunca conseguir colocar de lado o passado do qual sentia mágoa. Por isso, recalcava e alimentava mágoas, que sinceramente, acho que muitas foram criadas pela sua própria cabeça. Mas ok, isso não dava para lhe dizer, pois para além de não nos ouvir, ainda íamos ter conversa chata! 
Ora, excelente! Acabou, acabou. 
Eu, que nada tenho a ver com a vida de cada um, nem com quem cada um anda a comer, coloquei este assunto totalmente de lado e não falei nunca mais dessa pessoa. E para mim, foi, nos muito poucos momentos em que estive com ela após tudo acontecer, um alívio. (sim, teria aqui outra história sobre uma amiga que conheceu, etc etc.)
Pois que, fui cobrada, enxovalhada, de certa forma mal-tratada, quando soube que o terrível ex, do qual só sabia dizer mal, tinha refeito a sua vida e não lhe disseram nada. E uma vez mais, foi a mim que cobrou mais e mais, mesmo havendo outras pessoas que sabiam tanto ou mais que eu.
Para mim, chega. Começo a concluir que vivo muito mais descansada e em paz, sem a tua presença pesada. Queres manter-te nesse registo, sem tentares falar, sem quereres sequer perceber ou deixar que os outros se tentem explicar; não queres entender que eu não tenho nada a ver com quem come quem nem tão pouco tenho de o andar a contar seja a quem for? 
Não queres perceber que por tudo o que disseste, era suposto também não quereres saber das coisas e ao saberes, não te deveriam afectar?! 
Pois temos realmente muita pena, mas já mudei o livro. Para mim, já foste. 
Se ligares, ou se nos encontrarmos, terei todo o gosto em partilhar o espaço contigo, mas da minha parte, acabou. Se eu fosse também a "abrir o meu livro" em relação a ti, teria tanto, mas tanto para contar!
Só que, sabes, tal como te disse um dia, há coisas que não valem a pena ocupar-nos a mente, pois só a nós próprios deixa desgaste. 
Assim sendo, já foste. 
Eu, continuo por aqui, com quem realmente gosta de mim e com quem tenta ouvir o mundo. 
Não, não sou de forma alguma perfeita, mas já me cansei de aturar quem tem a mania que o é!

4 comentários:

Miúda disse...

Ai... que até eu me desgastei... amizades assim nao sao nada saudaveis...

Cynthia disse...

É sempre uma pena cortar laços com quem gostamos. Eu, pessoalmente, sempre tive muita dificuldade nisso. Mas aprendi que, para termos paz de espírito, às vezes, é necessário. Se tu própria vês o quanto isso não é saudável, acho que fazes bem em pôr um ponto final. Os amigos não cobram e respeitam-se. E parece-me que essa amizade já ultrapassou barreiras que não devia.

Mary Silva disse...

Olha eu tinha uma amiga de muitos anos, melhor amiga assim dizendo, desse gênero em que os defeitos são sempre dos outros e nunca dela e chegou um momento em que nos separamos porque simplesmente umas vezes conversei e sai com uma prima dela, a estupidez era tanta que achava que a prima ia roubar-lhe o lugar e deixou de falar comigo.
Com o passar do tempo, consegui perceber que o fim da nossa amizade não foi tão mau quanto isso, muito pelo contrário, foi ótimo, porque acabei por descobrir que ela cansava-me, aquele feitio, aquela falta de noção da realidade estavam a dar cabo de mim e aí consegui perceber que abdiquei de muitas coisas na minha vida por causa dela.
Hoje olho para trás e consigo sorrir por as coisas terem acabado, não aguentava mais uma pessoa como ela.
Por vezes algumas pessoas não permanecem na nossa vida por algum motivo... o não tinha que ser.

D. disse...

Como me revejo em cada comentário vosso. Agradeço o vosso carinho e de certa forma, força, pois não é uma situação nada fácil. Mas a verdade, é que "não sinto falta", pelo menos no decorrer normal da vida. Estou já como a Mary, " acabei por descobrir que ela cansava-me, aquele feitio, aquela falta de noção da realidade estavam a dar cabo de mim e aí consegui perceber que abdiquei de muitas coisas na minha vida por causa dela.". É continuar em frente, com quem eu acho que merece a minha companhia. Egoísmo? Talvez!