quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

2 anos de um até sempre.

Faz hoje, ou fez ontem ou faz amanhã, já não sei. Faz agora, dois anos que me informaram que o meu posto de trabalho iria ser extinto e por isso, teria de sair da empresa que me acolheu e tanto me ensinou ao longo dos meus últimos 12 anos de carreira profissional.
Não foi a surpresa completa. Uma pessoa vive dentro daquela família, chamada empresa, e apercebe-se das coisas. Recebi a notícia com tranquilidade. Sem raivas ou algo parecido. Quem lá ficou, ficou pois ainda era preciso, pelo menos por algum tempo. Quem lá ficou, não teve qualquer culpa que eu tivesse de sair. 
Vim, com lágrima no canto do olho, pois ali era a minha casa. A casa que tanto me ensinou. A casa com a qual cresci. A casa na qual chorei e ri. A casa que acompanhou nos maiores acontecimentos da minha vida, sempre com um carinho, com um sorriso.
Como em todos os locais, tinha bom e tinha mau. Mas para mim o bom superou eventuais maus. Senti-me sempre acarinhada até à hora da saída. 
Vim. Deixei lá pessoas muito especiais. Vim e já muitas das pessoas que me diziam um pouco mais, tinham  ido antes de mim. Vim, sempre com um carinho especial por aquele canto e sempre com a disponibilidade para o que fosse preciso. Eram todos meus colegas. Foram todos meus companheiros. Vim e deixei lá amarrada a minha saudade. Vim e de coração, deixei-lhes o desejo de que continuassem a levar sempre em frente, o nome de uma grande marca.
Quando vim, vim cheia de mim. Vim cheia dos outros. Quando vim, trazia muita esperança nos caixotes que carregava. 
A verdade, é que já passaram dois anos e a esperança foi-se desvanecendo. O que se passa. Vim e ao fim de dois anos, pouco alterou para mim. 
Vim e hoje, cada vez mais, não sei o que será o meu dia de amanhã. 
E foi assim que eu vim e foi assim que por lá fiquei. Foi, de verdade, um até sempre.
E amanhã? Como será?
 “Aqueles que passam por nósnão vão sós,não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

4 comentários:

Y disse...

Nunca soube (até tenho medo de o dizer) o que é procurar emprego... angústia-me só de pensar nisso. Mas sair de cabeça levantada e sem rancor é algo de que pouco se podem orgulhar. Melhores dias virão e o legado que ficou certamente não se perderá para ambos os lados.
Bj

D. disse...

<3 obrigada Y. E é assim mesmo que sinto.
Espero que a vida te proteja sempre e nunca te vejas "nestes lençóis".
Bj

kombi disse...

Qd a minha mais velha nasceu despediram-me a partir daí vinham trabalhos em que o ordenado não compesava para as despesas que iria ter ao trabalhar, deslocação e infantário, nasceu a mais nova e acabei por optar por ficar em casa, se com uma o ordenado não compesava com duas......, e á 10 anos que me desdobro entre mãe, dona de casa, e jardinagem ( trabalho do meu marido) para a familia foi o melhor que fiz agora para mim.....é o não ter futuro com reforma, é o não reconhecimento de que quem está em casa trabalha mais do que estivesse empregada, enfim é o viver um dia de cada vez e a acreditar que o futuro vai ser melhor, vais ver que vai :-)

D. disse...

Kombi essa é uma opção corajosa, que ainda a pensei mas que felizmente nunca cheguei a fazer, apenas por uma coisa. Acabei por me separar. Bom, se calhar se estivesse só dedicada à família poderia não acontecer, não sei. Mas imagina que tal acontecia, como me safava? Era impossível. Enquanto fui casada, sim. Isso era mais que possível. Agora... Não. Mesmo estando junta, não é a mesma coisa.
Mas é uma escolha que de facto não é valorizada. Mas uma pessoa em casa trabalha e muito